Aventuras e desventuras em nome da fé. (Axe VII, Symposium 28)
Résumé
O estudo reconstruiu as relações de um grupo de imigrantes ucranianos estabelecido no Brasil com o pároco que os assistiu entre 1911 e 1950. Homem autoritário, João Michalkzuck valeu-se de inúmeros recursos, em particular da ascendência espiritual, para assenhorear-se da localidade. Acima desta simplificação, a investigação permitiu verificar a plasticidade de certas configurações sociais, especialmente quando imbricadas com o plano do sagrado. Deste ponto de vista, o estudo destaca a força do campo religioso na visão de mundo de imigrantes ucranianos estabelecidos no sul do Paraná, focalizando seus efeitos na vida cotidiana dos que ali viveram entre finais do século 19 e meados do século 20. Cumpre dizer que as investidas de Michalczuk não se deram sem ampla resistência no interior do próprio grupo. Dentre os pioneiros estavam os imbuídos do espírito Prosvita que animava o nacionalismo galiciano e, por isso, combatiam a ascendência do clero tradicional sobre o campesinato. Contudo, o peso de uma memória social sacralizada, a distância das lideranças Prosvita e a pífia presença do Estado brasileiro para garantir mínimos direitos aos integrantes dessa comunidade permitiram que os desmandos e abusos do padre João se desdobrassem por quatro décadas.
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