Mettre à jour l’invisible administratif au Mozambique : Courriels, pièces jointes et clé USB - HAL-SHS - Sciences de l'Homme et de la Société Accéder directement au contenu
Article Dans Une Revue Sources. Material & Fieldwork in African Studies Année : 2020

Unveiling the Administrative Invisible in Mozambique: Emails, Attachments and Flash Drives

Mettre à jour l’invisible administratif au Mozambique : Courriels, pièces jointes et clé USB

Revelar o invisível administrativo em Moçambique: emails, anexos e pendrives

Résumé

Informality and interpersonal relations characterized the first fieldwork I conducted in Maputo, Mozambique, in 2009 as part of my PhD thesis in political science. I was imposed the use of the mobile phone or emails to communicate with my interviewees. My study of the making of regulatory texts in the nature conservation sector was considerably enhanced after my email address was added to collective email exchanges through which actors shared views and documents. These actors - high officials and donors’ representatives - were directly involved in policymaking. The documents circulated through these email exchanges were drafts of the regulatory texts at the centre of my study. I also accessed other similar documents through flash drives. Getting access to documents through emails and flash drives was thus decisive for my work. These tools opportunely made it possible to overcome the overall difficulty of both apprehending and understanding the state at work - which grey literature, interviews and regulatory texts cannot fully capture. Accessing sources through digital channels consequently allowed me to unveil the administrative hidden that was all the more invisible as part of the administrative work now passes through digital channels. In this respect, they have become essential tools for documenting the moving processes of policymaking. They raise methodological questions: can my presence on these collective email exchanges be equated with classic ethnographic observation? They also raise ethical questions: are these sources private? If they are, how and to what extent can I use them in my study?
Dans le cadre de ma thèse en science politique, ma première enquête de terrain, menée en 2009 à Maputo, au Mozambique, a été marquée par une importante informalité dans les échanges et par des liens interpersonnels. Communiquer avec les enquêtés par téléphone portable ou par courriel m’a été imposé par le terrain. Mon étude de la fabrique de textes réglementaires dans le secteur de la conservation de la nature a été considérablement enrichie par l’ajout de mon adresse de courrier électronique à des échanges groupés destinés à des acteurs directement impliqués dans ce processus, à savoir des hauts fonctionnaires et des représentants de bailleurs de fonds internationaux. Circulaient en effet par courriel des ébauches des textes réglementaires que je plaçais au cœur de mon enquête. D’autres documents du même type m’ont par ailleurs été communiqués par l’entremise de clés USB. L’accès au courriel et la clé USB ont, ce faisant, été déterminants pour mon travail. Ils ont constitué une voie bienvenue pour pallier la difficulté ordinaire à appréhender et comprendre l’État au concret – la littérature grise, les entretiens et les textes réglementaires étant insuffisants en la matière. C’est donc l’obtention de sources par ces canaux numériques qui m’a permis de mettre au jour le caché administratif. Un caché peut-être d’autant plus invisible qu’une partie du travail administratif transite dorénavant de cette manière. L’exploitation et la reproduction des sources acquises par ces moyens sont à ce titre essentielles dès lors qu’il s’agit de documenter les processus mouvants de l’action publique. Elles posent des questions méthodologiques : ma présence sur ces envois groupés de courriels s’apparente-elle à de l’observation ethnographique classique ? Elles soulèvent aussi des questions éthiques : s’agit-il de sources privées ? Si oui, comment et à quelles conditions les utiliser ?
No âmbito do meu doutoramento em ciência política, o meu primeiro estudo de campo em Maputo (capital de Moçambique), em 2009, foi caracterizado por uma importante dimensão de informalidade, como também por relações interpessoais. Comunicar com os meus entrevistados com o móvel ou com o meu email pessoal foi duma certa forma imposto pela pesquisa. O meu estudo da fábrica de textos regulamentais no sector da conservação da natureza foi assim consideravelmente enriquecido pela adição do meu correio eletrónico à uma série de outros endereços no quadro de envios coletivos à atores diretamente envolvidos naquele processo, nomeadamente altos funcionários e representantes de doadores internacionais. Nos correios eletrónicos, com efeito, circulavam documentos, que eram esboços dos textos no centro da minha pesquisa. Outros documentos do mesmo tipo foram-me comunicados através de pendrives. Os meios de acesso a esses documentos (o correio eletrónico e a pendrive) foram, portanto, essenciais para o meu trabalho. Eles ajudaram também a gerir a dificuldade, em geral de apreender e de compreender o Estado no concreto enquanto a literatura cinzenta, as entrevistas e os textos legais eram insuficientes nesta tarefa. Esses canais numéricos de acesso a fontes de dados me permitiram evidenciar o escondido, o invisível administrativo. Tal trabalho administrativo geralmente escondido é talvez ainda mais invisível agora que transita via canais numéricos. Esses últimos são, portanto, fundamentais uma vez que se trata de documentar os processos em movimento da ação publica. E colocam perguntas metodológicas: que dizer da minha presença nos envios coletivos de correios eletrónicos? Será que se trata de observação etnográfica clássica? Levantam também questões éticas: será que se trata de fontes privadas? Se for o caso, como utiliza-las no meu estudo?
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  • HAL Id : halshs-02864110 , version 1

Citer

Rozenn Nakanabo Diallo. Mettre à jour l’invisible administratif au Mozambique : Courriels, pièces jointes et clé USB. Sources. Material & Fieldwork in African Studies, 2020, 1, pp.79-95. ⟨halshs-02864110⟩
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