O que pode o corpo? Spinoza, na cabeceira dos esfolados - HAL-SHS - Sciences de l'Homme et de la Société Accéder directement au contenu
Article Dans Une Revue O que nos faz pensar Année : 2018

O que pode o corpo? Spinoza, na cabeceira dos esfolados

Résumé

No one has yet determined what the body can do. Some readers of the Ethics have understood this enigmatic sentence as the expression of Spinoza’s mistrust concerning medical knowledge. According to this reading, Spinoza would regard the human body as being endowed with plastic abilities or innovation skills for which the narrow Cartesian framework of the medical sciences of his time would be unable to account. In this article, I argue against such a reading by taking into consideration the anatomical dissections that Spinoza attended and the medical books that he read. The purpose of this article is twofold: 1/ to give a historicized reading of the analytic representation of complex bodies that Spinoza endorsed; 2/ to contribute to the discussion about the possible relationships between the semantic interpretation of philosophical texts and the historical study of their cultural milieu.
"Personne n'a jusqu'à présent déterminé ce que peut le corps". Cette énigmatique formule de l’Éthique a souvent été comprise comme la marque d’une défiance de Spinoza à l’égard des savoirs médicaux : le corps humain serait doué d'aptitudes plastiques, perpétuelles sources d’innovations, que la grille d'analyse scientifique cartésienne, trop étroite ou rigide, serait incapable d'appréhender. Le présent article conteste une telle interprétation. Il confronte le propos spinoziste à un ensemble de pratiques et d’images anatomiques qui formaient, sinon le quotidien du philosophe, du moins l’un de ses intérêts. L'article est guidé par deux intentions : 1/ offrir une lecture historicisée de la conception analytique des corps complexes endossée par Spinoza ; 2/ contribuer à réfléchir au lien entre la sémantique des énoncés philosophiques et la description historique de l'entourage livresque et amical des dits « philosophes ».
“Ninguém ainda determinou o que pode o corpo”. Alguns leitores da Ética entenderam esta sentença enigmática como a expressão da desconfiança de Spinoza em relação ao conhecimento médico. Segundo esta leitura, Spinoza consideraria o corpo humano como dotado de habilidades plásticas ou habilidades de inovação para as quais o quadro cartesiano estreito das ciências médicas de seu tempo não seria capaz de contabilizar. Neste artigo, argumento contra essa leitura levando em consideração as dissecções anatômicas que Spinoza atendeu e os livros médicos que ele leu. O objetivo deste artigo então é duplo: 1 / dar uma leitura histórica da representação analítica de corpos complexos que Spinoza endossou; 2 / contribuir para a discussão sobre as possíveis relações entre a interpretação semântica dos textos filosóficos e o estudo histórico do seu meio cultural.
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Dates et versions

halshs-01838392 , version 1 (13-07-2018)

Identifiants

  • HAL Id : halshs-01838392 , version 1

Citer

Raphaële Andrault. O que pode o corpo? Spinoza, na cabeceira dos esfolados . O que nos faz pensar, 2018, Spinoza. Novas perspectivas históricas 26 (41). ⟨halshs-01838392⟩
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