Brothers and Enemies : Participatory Methodology put to proof by factionalism in Brazilian Amazon
Frères ennemis : la participation à l’épreuve des factions en Amazonie brésilienne
Irmãos e inimigos : a participação posta à prova das facções na Amazônia brasileira
Résumé
For a while and for many in the scientific community, the utilization of participatory methodologies has been considered a prerequisite for any study that requires field work and interactions with local populations. Intrinsic to it is the assumption that the study groups have the possibility to express their own opinions and continuously on the questions raised and addressed by the study. In this article we discuss some of the implications of this assumption based in our own experience among rural populations in the region of Santarem, Para State, in the Brazilian Amazon. Recently, the State launched a major territorial development project, aiming, among other goals, the regularization of land tenure of certain social groups and the access and control of natural resources. It is in this political context, and among a traditional society that is dominated by factional groups, that we started thinking and questioning the implications of the use of participatory methodologies and its assumptions.
La participation a le vent en poupe et s’est construite, dans le champ scientifique, avec la restitution des résultats comme un pré-requis pour toute étude demandant un travail de terrain et une interaction avec des populations. Il s’agit de légitimer le processus de recherche en utilisant une méthodologie qui restituerait les positions de l’objet d’étude. Bien entendu, le bon déroulement des techniques participatives, qui reposent sur la pratique de la démocratie directe, suggère certains pré-requis dans le groupe étudié, comme, par exemple, la possibilité pour chaque participant d’exprimer son opinion. Nous proposons, dans cet article, de présenter une expérience réalisée en Amazonie brésilienne, auprès de groupes ruraux de la région de Santarém (État du Pará). L’État y a lancé récemment un vaste chantier de reconfigurations territoriales destinées à régulariser la situation foncière de certains groupes sociaux ruraux. C’est en accompagnant ces processus que nous avons été amenés à penser les implications des techniques participatives dans un tissu social dominé par des systèmes factionnels.
Há alguns anos, a utilização de metodologias participativas no campo científico passou a ser considerado, muitas vezes, como um pré-requisito para qualquer estudo que exija trabalho de campo e interação com os grupos sociais estudados. Intrínseco ao bom funcionamento das técnicas participativas está o entendimento de que a maioria dos membros dos grupos estudados terá a possibilidade de expressar sua opinião, continuamente, sobre as questões postas em debate. Nós propomos neste artigo, compartilhar uma experiência realizada na Amazônia, com grupos rurais da região de Santarém (Pará). Nesta região, o Estado lançou recentemente um grande plano de ordenamento territorial, muitas vezes priorizando a regularização da posse da terra de certos grupos sociais em áreas rurais e o ordenamento do acesso e controle dos recursos naturais. Foi a partir do acompanhamento desse processo que nos colocamos a pensar sobre as implicações da utilização de metodologias participativas em um sistema social dominado por grupos faccionais.
Origine : Fichiers éditeurs autorisés sur une archive ouverte
