A estatística dentro e fora da sala de aula: competência estatística, conhecimento matemático e cidadania
Résumé
Não resta dúvida de que os conceitos estatísticos, cada vez mais, permeiam a
vida cotidiana dos cidadãos, a despeito de sua competência para compreendêlos.
Nesta mesa redonda analisaremos os avanços no Brasil da Estatística na
sala de aula, a partir da oficialização de seu ensino na escola básica por meio
dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN; bem como os principais
entraves para sua institucionalização, tais como: visão restrita à Estatística
Descritiva, formação dos professores, material de apoio, livro didático e
softwares. Em outras palavras, buscaremos levantar nessa discussão alguns
dos elementos que faltam para que de fato o ensino de Estatística possa
contribuir na formação para a cidadania e espírito científico dos alunos da
escola básica. Esse olhar será alimentado por uma breve análise da
transposição curricular indicada pelos exames ENEM e ENADE,
comparativamente com o que é apresentado nos livros didáticos sobre esse
conteúdo. Os resultados das pesquisas indicam que o nível de letramento
estatístico de possível desenvolvimento pelo uso dos livros didáticos está entre
cultural (o mais baixo) e funcional (nível intermediário), sendo que os exames
analisados por Silva (2007) e Goulart (2007) indicam que as questões relativas
à Estatística exigem um nível de alfabetização funcional ou científico.
Referimos-nos aqui aos níveis de letramento propostos por Shamos (1995
apud GAL, 2002). Esses exames indicam um baixo índice de acerto nos itens
relativos aos conteúdos estatísticos, assinalando para uma dificuldade por parte dos alunos, tanto ao final do Ensino Médio como ao final do curso de
Licenciatura em Matemática. Esta dificuldade também pode ser identificada
junto a professores, conforme Coutinho e Miguel (2008). Finalmente,
complementando esses olhares, buscaremos tratar da matemática enquanto
ferramenta da estatística. O domínio da matemática pelo usuário da Estatística
ou pelo aluno pode também se tornar num fator explicativo das dificuldades
encontradas. Ampliando este ponto de vista para além da situação brasileira,
serão abordados alguns dados históricos no contexto francês quanto à
problematização do letramento estatístico bem como algumas observações
oriundas da analise de uma amostra de produções recentes dentro das provas
de Estatística (2008) nos níveis Licence e Master1 da universidade francesa
na área das ciências humanas e sociais (terceiro e quarto anos universitários).
Esta abordagem enquadra-se numa perspectiva já desenvolvida anteriormente
e referente à questão do desenvolvimento do pensamento estatístico, do
espírito estatístico e da formação do raciocino estatístico (RÉGNIER & DA
ROCHA FALCÃO, 2002), (RÉGNIER, 2004, 2006a, 2006b).
vida cotidiana dos cidadãos, a despeito de sua competência para compreendêlos.
Nesta mesa redonda analisaremos os avanços no Brasil da Estatística na
sala de aula, a partir da oficialização de seu ensino na escola básica por meio
dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN; bem como os principais
entraves para sua institucionalização, tais como: visão restrita à Estatística
Descritiva, formação dos professores, material de apoio, livro didático e
softwares. Em outras palavras, buscaremos levantar nessa discussão alguns
dos elementos que faltam para que de fato o ensino de Estatística possa
contribuir na formação para a cidadania e espírito científico dos alunos da
escola básica. Esse olhar será alimentado por uma breve análise da
transposição curricular indicada pelos exames ENEM e ENADE,
comparativamente com o que é apresentado nos livros didáticos sobre esse
conteúdo. Os resultados das pesquisas indicam que o nível de letramento
estatístico de possível desenvolvimento pelo uso dos livros didáticos está entre
cultural (o mais baixo) e funcional (nível intermediário), sendo que os exames
analisados por Silva (2007) e Goulart (2007) indicam que as questões relativas
à Estatística exigem um nível de alfabetização funcional ou científico.
Referimos-nos aqui aos níveis de letramento propostos por Shamos (1995
apud GAL, 2002). Esses exames indicam um baixo índice de acerto nos itens
relativos aos conteúdos estatísticos, assinalando para uma dificuldade por parte dos alunos, tanto ao final do Ensino Médio como ao final do curso de
Licenciatura em Matemática. Esta dificuldade também pode ser identificada
junto a professores, conforme Coutinho e Miguel (2008). Finalmente,
complementando esses olhares, buscaremos tratar da matemática enquanto
ferramenta da estatística. O domínio da matemática pelo usuário da Estatística
ou pelo aluno pode também se tornar num fator explicativo das dificuldades
encontradas. Ampliando este ponto de vista para além da situação brasileira,
serão abordados alguns dados históricos no contexto francês quanto à
problematização do letramento estatístico bem como algumas observações
oriundas da analise de uma amostra de produções recentes dentro das provas
de Estatística (2008) nos níveis Licence e Master1 da universidade francesa
na área das ciências humanas e sociais (terceiro e quarto anos universitários).
Esta abordagem enquadra-se numa perspectiva já desenvolvida anteriormente
e referente à questão do desenvolvimento do pensamento estatístico, do
espírito estatístico e da formação do raciocino estatístico (RÉGNIER & DA
ROCHA FALCÃO, 2002), (RÉGNIER, 2004, 2006a, 2006b).