Globalização e pulverização estrutural do mundo do trabalho no Brasil e o contundente crescimento da barbárie social. (Axe II, Symposium 7)
Résumé
O “Brasil moderno”, inserido na economia globalizada e que promete tornar-se a quinta economia do planeta nos próximos anos, produz desde a década de 1990, através do próprio processo de globalização de sua economia, um avassalador Tsunami Social, que tem avançado durante esta primeira década do século XXI. A ação do Estado desde os anos de 1990 até o atual “suposto governo de esquerda”, tem se pautado, em relação aos excluídos do sistema, pela produção de políticas sociais setoriais, focais e/ou populistas, pela criminalização dos pobres e dos movimentos sociais não tutelados e pelo uso da coerção institucional/estatal.Pesquisas têm demonstrado dados estatísticos, divulgados inclusive pela imprensa, que dão a exata medida do extermínio sumário pela polícia dos “inúteis e incômodos” habitantes das periferias e favelas das grandes regiões metropolitanas de todo o país. Nenhuma guerra contemporânea mata tanta gente.O problema da desigualdade brasileira é muito antigo mas a mudança brusca do padrão de acumulação do capital, que inseriu o Brasil em um outro patamar de desenvolvimento econômico, muito diverso do nosso passado recente, produziu uma legião de trabalhadores eternamente sobrantes para o “novo e precário” mercado de trabalho. A precarização do mundo do trabalho através da “Reestruturação Produtiva Sistêmica” e da ação do Estado neoliberal destruindo as já frágeis leis trabalhistas que regulamentavam as relações capital/trabalho, criaram no país o desemprego estrutural, subproletarizando amplas camadas dos “que vivem do trabalho” levando-os para as bordas “invisíveis” da nossa sociedade, território beligerante, onde uma guerra civil surda acontece todos os dias entre uma população crescente e criminalizada e o braço armado do Estado. Estigmatizada pela Mídia e outros aparelhos ideológicos, essas populações reinvindicam “ter direito a ter direitos” para além do legislado.
Origine :
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